A evolução e o percurso histórico da indústria gráfica

Antes da computação gráfica, os processos de impressão gráfica eram totalmente analógicos, baseados em reprodução fotográfica, retoque manual (com pincéis, tintas e produtos químicos). As combinações de fotos, textos e outros elementos, que normalmente compõe uma página, eram feitas por meio de montagem manual, o que significava recortar imagens, fixá-las com fitas adesivas, fazer múltiplas exposições sobre uma mesma película fotográfica.

A introdução da informática provocou enormes alterações nos processos de produção gráfica. Isso teve início na década de 80. Computadores de grande porte, caríssimos, eram usados para tratamento de imagens e montagem eletrônica. Os scanners que digitalizavam as imagens a serem processadas também eram muito caros. Nessa fase, os sistemas eletrônicos de processamento de imagens eram proprietários, ou seja, cada fabricante tinha seus próprios formatos de arquivo e seus próprios softwares. O fluxo não era completamente digital – em algum momento os arquivos precisavam ser transformados em fotolitos dos quais se faziam provas e chapas de impressão.

No final dos anos 80, apareceram os primeiros microcomputadores. No entanto, a baixa capacidade de processamento dessas máquinas limitava muito as aplicações possíveis.

Com os computadores atuais, todo o trabalho de pré-impressão é digital. O advento das câmaras fotográficas digitais de qualidade profissional; dos equipamentos computer-to-plate (que gravam, a laser, as chapas de impressão) e das impressoras para prova digital permitiram que se fechasse o ciclo completo.

Os desenvolvimentos mais recentes na tecnologia de produção gráfica dizem respeito à impressão digital e à integração das etapas da produção – desde a pré-impressão até o acabamento. Além disso, o uso da internet na comunicação entre clientes e gráficas também joga um papel muito importante.

O conceito das tecnologias de impressão digital é o mesmo que encontramos num sistema simples de computador + impressora que usamos normalmente no escritório ou em casa, para a produção de documentos simples e em pequena quantidade. O que há de novo são máquinas com qualidade de impressão profissional e com alta velocidade. Os modelos mais sofisticados podem significar investimentos próximos a um milhão de dólares mas há uma enorme variedade de soluções para diferente aplicações.

Com a impressão digital, não é necessário se produzir uma chapa de impressão, muito menos fotolitos. A impressora é alimentada com os dados de impressão diretamente do computador. O fluxo de trabalho desde a criação até a impressão é reduzido e acelerado. O acerto da máquina impressora é insignificante, quando comparado com os complexos ajustes necessários para a operação de um equipamento offset (mesmo com o atual nível de automação dessas máquinas). Com isso, os custos de preparação do trabalho diminuem sensivelmente. A consequência imediata desse novo paradigma é que o custo de produção de impressos de alta qualidade, mas com pequena tiragem, cai drasticamente. No entanto, para tiragens médias e grandes, o processo offset continua como melhor solução de custo, já que os insumos utilizados são mais baratos que aqueles da impressão digital.

No entanto, a grande vantagem da impressão digital, é tornar possível a impressão de dados variáveis. Em princípio, é possível alterar qualquer parte da imagem, em cada folha impressa, com mínimo aumento nos custo da produção gráfica. Na impressão tradicional, isso é impossível. A personalização dos impressos surge, assim, como preciosa ferramenta de marketing.

Mesmo no ambiente da impressão analógica, os equipamentos são quase que totalmente automatizados. O acerto de uma grande impressora offset, embora ainda seja uma operação complexa, é feita muito mais rapidamente e com muito mais precisão, As várias etapas da produção gráfica são interligadas por sistemas de gerenciamento informatizados que melhoram muito a eficiência da gráfica como um todo, provendo antecipadamente as informações necessárias para a realização de cada fase do trabalho e alimentando os centros de gestão da produção com os dados do que já foi ou está sendo realizado.

O Brasil tem muitas empresas gráficas que tem feito investimentos e adquirido todas essas tecnologias de ponta. Temos gráficas aqui comparáveis às melhores do mundo. No entanto, como em todos os aspectos da nossa sociedade, há desequilíbrios marcantes.

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